Título:
A constituição do sujeito professor da educação
profissional e tecnológica em um curso do PROEJA: cartografando processos de
subjetivação
Autora:
Josí Aparecida de Freitas (2014)
Resumo:
Esta dissertação analisa
o processo de constituição do sujeito professor da educação profissional e
tecnológica que trabalha em um curso técnico, na modalidade PROEJA, em um
câmpus do Instituto Federal Sul-rio-grandense. Os caminhos para a realização
desta pesquisa são delimitados por escolhas teórico-metodológicas que os
tensionam: a constituição dos sujeitos em Foucault, atravessada pelos conceitos
de dispositivo e de resistências e a produção de dados através do método
cartográfico. Para registro dos dados produzidos foi utilizado um diário de
campo, cujas anotações formam o corpus de análise da pesquisa. Problematiza-se
a produção de subjetividades docentes em meio à constituição histórica do
IFSul. Importa analisar os jogos de verdade produzidos nas relações de poder do
território de pesquisa. Implicada na trama discursiva do IFSul está a
construção de um curso técnico na modalidade PROEJA, cujos professores são os
sujeitos desta pesquisa. Com a cartografia, acompanharam-se os processos de
subjetivação desses docentes, enquanto produtores de pontos de resistências aos
jogos de verdade da instituição. Entendendo as resistências como práticas de
liberdade na constituição desses sujeitos, busca-se para esse entendimento, em
Foucault, o conceito de cuidado de si, que o autor traz da Antiguidade como uma
atitude do sujeito em inquietar-se, ocupar-se, preocupar-se consigo mesmo e com
os outros ou, ainda, com o mundo. Demonstra-se que, ao resistir a esses jogos
de verdade, colocados em prática pelo dispositivo formação continuada, os
professores se constituem em sujeitos éticos, em relação ao código moral que
lhes é prescrito. Porém, ressalta-se, a partir de Foucault, que das relações de
poder não se escapa totalmente. Os pontos de resistências que se formam provocam
rearticulações do dispositivo, o que resulta na relação permanente entre
produção de subjetividades e verdades em disputa, no território pesquisado.
Considera-se, em nível de resultados para as discussões deste trabalho, que o
sujeito professor da educação profissional e tecnológica que trabalha com o
PROEJA se constitui jogando o jogo de verdades da instituição que está, também,
construindo historicamente. É um sujeito em construção, em produção constante,
entre conflitos e confrontos, disputas e verdades, saber e poder. Um sujeito
ativo, que não é simplesmente regulado ou conduzido, mas que resiste a essa
regulação, busca suas possibilidades de liberdade, inquieta-se, inquietando
seus colegas. Resistindo aos jogos de verdades, mantém-se no jogo, aprendendo a
jogar.
Palavras-chave:
Educação. Subjetivação. Formação de Professores. Jogos de Verdade. Cartografia.
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