Minha foto
Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
O Observatório de Educação e Biopolítica (OEBIO) é uma iniciativa integrada ao Grupo de Pesquisa Identidade e Diferença na Educação e à Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Produção de Sujeitos, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS. O OEBIO reúne pesquisadores(as) interessados nos estudos pós-estruturalistas, especialmente nos estudos foucaultianos, e suas interseções com a Educação. O objetivo do blog é divulgar as pesquisas (dissertações e teses), publicações e ações do grupo, além de criar espaços para trocas, parcerias e diálogos com pesquisadores(as) de outras instituições.

Postagem em destaque

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Dissertação de Mestrado


Título: A constituição do sujeito professor da educação profissional e tecnológica em um curso do PROEJA: cartografando processos de subjetivação

Autora: Josí Aparecida de Freitas (2014)

Resumo:        
Esta dissertação analisa o processo de constituição do sujeito professor da educação profissional e tecnológica que trabalha em um curso técnico, na modalidade PROEJA, em um câmpus do Instituto Federal Sul-rio-grandense. Os caminhos para a realização desta pesquisa são delimitados por escolhas teórico-metodológicas que os tensionam: a constituição dos sujeitos em Foucault, atravessada pelos conceitos de dispositivo e de resistências e a produção de dados através do método cartográfico. Para registro dos dados produzidos foi utilizado um diário de campo, cujas anotações formam o corpus de análise da pesquisa. Problematiza-se a produção de subjetividades docentes em meio à constituição histórica do IFSul. Importa analisar os jogos de verdade produzidos nas relações de poder do território de pesquisa. Implicada na trama discursiva do IFSul está a construção de um curso técnico na modalidade PROEJA, cujos professores são os sujeitos desta pesquisa. Com a cartografia, acompanharam-se os processos de subjetivação desses docentes, enquanto produtores de pontos de resistências aos jogos de verdade da instituição. Entendendo as resistências como práticas de liberdade na constituição desses sujeitos, busca-se para esse entendimento, em Foucault, o conceito de cuidado de si, que o autor traz da Antiguidade como uma atitude do sujeito em inquietar-se, ocupar-se, preocupar-se consigo mesmo e com os outros ou, ainda, com o mundo. Demonstra-se que, ao resistir a esses jogos de verdade, colocados em prática pelo dispositivo formação continuada, os professores se constituem em sujeitos éticos, em relação ao código moral que lhes é prescrito. Porém, ressalta-se, a partir de Foucault, que das relações de poder não se escapa totalmente. Os pontos de resistências que se formam provocam rearticulações do dispositivo, o que resulta na relação permanente entre produção de subjetividades e verdades em disputa, no território pesquisado. Considera-se, em nível de resultados para as discussões deste trabalho, que o sujeito professor da educação profissional e tecnológica que trabalha com o PROEJA se constitui jogando o jogo de verdades da instituição que está, também, construindo historicamente. É um sujeito em construção, em produção constante, entre conflitos e confrontos, disputas e verdades, saber e poder. Um sujeito ativo, que não é simplesmente regulado ou conduzido, mas que resiste a essa regulação, busca suas possibilidades de liberdade, inquieta-se, inquietando seus colegas. Resistindo aos jogos de verdades, mantém-se no jogo, aprendendo a jogar.

Palavras-chave: Educação. Subjetivação. Formação de Professores. Jogos de Verdade. Cartografia.

Link para o repositório UNISC: https://repositorio.unisc.br/jspui/handle/11624/983


Nenhum comentário:

Postar um comentário