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Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
O Observatório de Educação e Biopolítica (OEBIO) é uma iniciativa integrada ao Grupo de Pesquisa Identidade e Diferença na Educação e à Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Produção de Sujeitos, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS. O OEBIO reúne pesquisadores(as) interessados nos estudos pós-estruturalistas, especialmente nos estudos foucaultianos, e suas interseções com a Educação. O objetivo do blog é divulgar as pesquisas (dissertações e teses), publicações e ações do grupo, além de criar espaços para trocas, parcerias e diálogos com pesquisadores(as) de outras instituições.

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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Artigo em Periódico

Título: Democracia racial e dispositivos de segurança no Brasil: contribuições para uma educação antirracista

Autor: Mozart Linhares da Silva

Revista educação e cultura contemporâneaLisboa, Vol. 15, NO 38 (2018).

Link acesso ao artigo: http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/viewArticle/2533

Resumo: Uma das grandes proposições da Lei 10.639/03 que obriga o ensino da História e cultura afro-brasileira no currículo da educação brasileira é o enfrentamento do racismo. Para tanto é preciso entender as “especificidades” da construção histórica do racismo no Brasil, o que possibilita articular de forma mais efetiva as relações entre a educação e os processos de subjetivação que constituem sujeitos capazes deste enfrentamento. A partir desta premissa, analiso, neste artigo, o “mito” da democracia racial na perspectiva foucaultiana dos dispositivos de segurança, problematizando as narrativas identitárias que instituíram o não-racismo no Brasil como corolário de uma sociedade não-conflituada. Problematizo a democracia racial considerando esta na confluência da articulação entre eugenia, política de branqueamento e mestiçagem, cujo desdobramento é a constituição do corpo-espécie da população brasileira, a partir dos anos 1930, como processo de inclusão-exclusiva da população negra num dispositivo que a inclui, pela lógica da mestiçagem, numa narrativa identitária que simultaneamente a exclui do devir nacional. Aponto para a negação do racismo e o proselitismo da mestiçagem como elementos que fazem com que a democracia racial funcione como um dispositivo de segurança, cujos desdobramentos são evidenciados no processo de “pardificação” da população, demonstrada nos censos entre os anos 1940 e 2010, o que aponta para os processos de subjetivação acionados pelas narrativas identitárias que fazem da mestiçagem uma lógica social. Por fim, chamo a atenção para a fratura do “mito” na contemporaneidade, na qual novos arranjos biopolíticos precisam ser considerados para o entendimento das relações raciais no Brasil.

Palavras-chave: Dispositivos de Segurança; Democracia Racial; Narrativas Identitárias; Educação.


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