Autoria: Josí Aparecida de Freitas
Revista Educação e Emancipação (UFMA) - v. 13, n. 2, maio/ago. 2020. Pág. 71 -89
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2358-4319.v13n2p71-89
ISSN 2358-4319
RESUMO
Este texto problematiza as relações culturais que se produziram historicamente entre o brasileiro e o trabalho, de tal forma que, no Brasil, produziu-se uma estrutura dual para a educação nacional em que o ensino profissionalizante é direcionado às camadas mais pobres da população, enquanto o ensino regular é reservado às classes mais abastadas. Busca-se inspiração na genealogia foucaultiana, enquanto recurso teórico-metodológico, entendendo-a, segundo Michel Foucault, como um acoplamento dos conhecimentos eruditos e das memórias locais, que permite a constituição de um saber histórico das lutas e a utilização desse saber nas táticas atuais. O exercício genealógico se dará pela análise da obra clássica Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, de 1936 - a partir da qual se pretende problematizar a tradição escravista que marcou profundamente o significado e a valorização do trabalho no país, sobretudo manual, constituindo-se como uma ética do desvalor do trabalho. Com base nessa relação discriminatória discute-se a produção de uma educação, no Brasil, que separou o ensino profissional – assistencialista e utilitarista - do ensino regular – propedêutico - e se interroga esta produtividade no presente.
Palavras-chave: Educação profissional. Dualismo. Trabalho.
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