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Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
O Observatório de Educação e Biopolítica (OEBIO) é uma iniciativa integrada ao Grupo de Pesquisa Identidade e Diferença na Educação e à Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Produção de Sujeitos, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS. O OEBIO reúne pesquisadores(as) interessados nos estudos pós-estruturalistas, especialmente nos estudos foucaultianos, e suas interseções com a Educação. O objetivo do blog é divulgar as pesquisas (dissertações e teses), publicações e ações do grupo, além de criar espaços para trocas, parcerias e diálogos com pesquisadores(as) de outras instituições.

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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Congresso Internacional Biopolíticas

 

(28-30 setembro de 2020)

O convite às "Biopolíticas", embora as diversificadas abordagens possíveis que o conceito em sua compreensão e riqueza pode abarcar, nos mais distintos contextos, meios e matizes, possui um dado básico que deve ser situado como substrato do qual emana essa temática: a vida. A vida é o sujeito/objeto sobre o qual e em torno da qual se age por meio de dispositivos de poder, por meio de ações crescentemente demarcadas por estratégias técnicas e políticas que a gerem e a administram. Nesse sentido, busca-se proporcionar um espaço de debate e de reflexões acerca do tema na atualidade. 
Sendo assim, o Evento comporta a participação de duas formas principais: na condição de ouvinte e, também, na condição de expositor em um dos Grupos Temáticos de Trabalho.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
• A realização da inscrição, aos interessados em apresentar trabalhos nos Grupos Temáticos, deverá ser efetuada diretamente com o coordenador de cada GT, por meio de seu endereço eletrônico, conforme consta abaixo:
• Prazo final para inscrição: 21 de setembro de 2020, e precisa contemplar os seguintes elementos:
Autor
Filiação Institucional
Título
Resumo: no máximo 10 linhas, fonte 12, Times new roman; [exposição do tema, problema e justificativas da proposta];
Palavras-chave: até quatro palavras.
• Os links de acesso às salas das Conferências e dos GT´s serão oportunamente disponibilizados no site.
• Participantes que desejarem comprovação precisam ter a participação mínima de 75% da programação do evento. Será disponibilizado um e-mail para contato no decorrer das atividades.

PROGRAMAÇÃO
28 de setembro
GT 1: Vinicius Honesko (UFPR – viniciushonesko@gmail.com); Jonnefer Francisco Barbosa (PUC-SP); Eduardo Pellejero (UFRN) e Acácio Augusto (UNIFESP) – 8h30-11h30h
“Os limites da representação e o ingovernável”
O esgotamento das formas de vida e da política contemporâneas – seja por conta das dinâmicas políticas seja em relação aos limites entrópicos a que o modo de vida capitalista levou o próprio planeta – coloca ao pensamento questões incontornáveis. Nesse sentido, o grupo temático "Os limites da representação e o ingovernável" procurará abordar problemas como ligados à questão da representação política e do governo, às noções e possibilidades de outras formas-de-vida, às constituições de formas autonomistas de pensar os modos de ser-em-comum.

GT 2: Pablo Ornelas (UVV - pablo.rosa@uvv.br); Aknaton Toczek Souza (UNISECAL/UFPR) e Pedro Rodolfo Bodê de Moraes (UFPR) – 14h30-17h30h
“Governamentalidades no século XXI”
O Grupo Temático a visa contemplar pesquisas amparadas em análises construídas a partir de diálogos com a analítica foucaultiana para tratar das mudanças ocorridas no século XXI. As análises apresentadas por Michel Foucault até o ano de sua morte, ocorrida em 1984, influenciaram diversos pesquisadores mundo afora, passando a serem utilizadas também como ferramentas fundamentais para compreender o tempo presente. A intensidade de suas reflexões compreendidas a partir de uma perspectiva com alcance interdisciplinar, abarcando diferentes objetos que perpassam loucura, sexualidade, crime, dentre outros assuntos, permitiu com que fossem produzidas diversas leituras acerca do tempo presente, amparadas nas ferramentas oferecidas por esse importante autor. Nesse sentido, mesmo tendo falecido ainda no século XX, diversos analistas do século XXI permanecem utilizando suas categorias e noções, visando compreender a contemporaneidade tanto a partir dos elementos analíticos construídos por ele quanto por meio de suas apropriações teóricas.

CONFERÊNCIAS
19h: Abertura: AGEMIR BAVARESCO (Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCRS)
19h15: VERONICA GAGO (UBA/Argentina) – “Mutaciones neoliberales y revueltas feministas en America Latina” 
20h: MARGARETH RAGO (Unicamp) – “Governamentalidade neoliberal, feminismos e paradoxos do direitos"
Mediação: Prof. Dr. Fernanda Martins
29 de setembro

GT 3: Cleide Calgaro (UCS - ccalgaro1@hotmail.com); Deilton Ribeiro Brasil (Universidade de Itaúna – MG) – 8h30-11h30
“Democracia, consumo e meio ambiente”
O presente GT visa a um estudo da democracia e sua interrelação com o consumo e o meio ambiente a fim de verificar os reflexos socioambientais. Ao se analisar o meio ambiente parte-se do viés da sustentabilidade e de como consolidar os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável numa estrutura democrática que está fundada numa sociedade de consumo, a qual impõem aos consumidores modos de vida e padrões estruturais voltados ao consumocentrismo. Por isso, o GT pretende entender como a democracia, o consumo e o meio ambiente se interligam e como as problemáticas estruturais socioambientais podem ser minimizadas.

GT 4: Rosana Nora (criacaohumana@hotmail.com) e Bárbara Parobé Mariano da Rocha (barbarapmariano@gmail.com) – Psicanalistas – 14h30-17h30
“Estados fascistas da mente”
Este grupo temático parte da proposta do psicanalista Christopher Bollas (1998) sobre a presença de um estado de mente fascista que opera psiquicamente em indivíduos ou grupos e tem como elemento essencial a presença de uma ideologia ou crença que expurga outras facetas da mente e torna-se central e dominadora, eliminando toda a forma de oposição e conflito. Tal estado opera de forma a projetar as diferenças para fora de si e encontra como alvo as populações compreendidas como minoritárias (mulheres, pessoas negras, população LGBTQ, população indígena, etc.). A Mente, neste estado, funciona de modo simplista, usando uma forma parcial como completa, congelando a ordem simbólica e os significantes, dando fim à polissemia. As contradições são repelidas, a crença tem apenas uma verdade secreta que explicaria tudo. Por compreendermos a constituição psíquica dos sujeitos como intrínseca às construções sociais, desejamos lançar a proposta de um estado de mente fascista em ressonância com as reflexões entre psicanálise e os diversos campos de saberes políticos, filosóficos e sociais, de modo a tecer problematizações sobre as condições de subjetivação da atualidade. Ao considerar o pensamento psicanalítico enquanto um saber articulado nos diferentes campos de força e intensidade, a proposta deste grupo temático também abarca as implicações da psicanálise enquanto mantenedora ou questionadora das condições de possibilidade de tais formações, nas mais diferentes esferas entre o psíquico e o social.

CONFERÊNCIAS
18hs: WLAMYRA RIBEIRO DE ALBUQUERQUE (UFBA) – “Cidadania negra e a racialização do Estado republicano”
19hs: FABIÁN LUDUEÑA ROMANDINI (UBA/Argentina) - "Los arcana imperii de la era telemática: la pandemia global y el destino teológico-político del signo"
20hs: SAYAK VALENCIA (Colef/México) – “Del capitalismo Gore e la política snuff: nueva normalidad y glotaritarismo” 
Mediação – Evandro Pontel (PNPD-PPGFil/PUCRS) e Isis Hochmann de Freitas (PPGFil/PUCRS)
30 de setembro

GT 5: Márcia Junges (Unisinos) mjunges@unisinos.br; William Costa (william_19costa@hotmail.com) e Castor Ruiz (Unisinos) – 8h30-11h30:
“Democracia e Filosofia Política: intercâmbios” 
Pensar a democracia em seus limites e potências a partir de chaves filosóficas se traduz em oportunidades de fortalecer esse sistema político frente a um cenário global de recrudescimento do fascismo e esvaziamento da reflexão crítica. Assim, os intercâmbios entre pensamentos de ruptura como as filosofias de Agamben, Nietzsche, Esposito, Negri, Arendt, Benjamin e Foucault são solo fértil para germinar reflexões acerca de uma democracia revigorada, que supere a captura da vida pela maquinaria do poder soberano e a redução da existência à vida nua. Ao invés do esvaziamento da política, ou de uma “política sobre a vida”, torna-se urgente pensar uma “política da vida”. 

GT 6: Rossano Pecoraro (Departamento de Filosofia e Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências (PPGENFBIO - rossfilo@hotmail.com) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO) e Tania Valente (Departamento de Saúde Coletiva e Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências (PPGENFBIO) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO) – 14h30-17h30
"Geneaologia crítica da história e do conceito de biopolítica"
Vida(s) e corpo(s) são a matéria prima das dinâmicas políticas e das ações institucionais do nosso tempo. Já está nítido, usando as palavras de Roberto Esposito, que a “definição de vida humana”, a decisão sobre o que é uma vida humana, será “o mais relevante objeto de disputa” científico-política. Ora, quais são os fundamentos teóricos da passagem de uma “política de administração da vida biológica” para uma “política que prevê a possibilidade da transformação artificial da vida” e dos corpos? Qual é o sentido, hoje, do processo de “medicalização da vida” do qual falava Foucault nos anos setenta do século passado? Qual é o papel da sociedade contemporânea diante das “lutas de poder” travadas para o controle e o direcionamento da “criação dos seres humanos”? Quais seriam as “relações” entre o “fazer viver e deixar morrer” e a ideologia, a tanatopolítica e a necropolítica? No confuso horizonte do tempo presente faz-se necessário empreender uma genealogia crítica da história e do conceito de Biopolítica, desde as primeiras elaborações no início do século XX, passando pelas análises de Foucault, Esposito, Negri, Agamben, Mbembe, Habermas, Byung-Chul Han até o pensamento feminista e as reflexões latino-americanas. Pesquisadores(as) e estudantes são convidados(as) a participar enviando propostas de comunicação que abordem essas questões a partir de perspectivas filosóficas, médicas, éticas, políticas, jurídicas e pedagógicas.

CONFERÊNCIAS
19hs: RODRIGO KARMY BOLTON (Un. de Chile): “La na-arquía del comienzo: sobre la ritmicidad de la revuelta”.
20hs: CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO e LANÇAMENTO DA OBRA “Foucault além de Foucault: uma política da filosofia” (Criação Humana, 2020).
SANDRO CHIGNOLA (Università degli Studi di Padova – Itália)
Mediação: Augusto Jobim do Amaral (PPGFil/PUCRS)

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