Revista Perspectiva, v. 39, n. 1, (2021).
Mozart Linhares da SilvaUniversidade de Santa Cruz do Sul - UNISC
Betina HillesheimUniversidade de Santa Cruz do Sul - UNISC
Resumo
O artigo problematiza a crise da verdade na contemporaneidade e suas relações com a constituição de um ethos do fascismo, destacando as implicações na educação. Para tanto, analisa os jogos de verdade que estão implicados nas relações de saber-poder e seus critérios de legitimidade institucionais, considerando que esses critérios, chamados de veridicção, estão sendo deslegitimados pelos efeitos discursivos da pós-verdade, considerada uma estratégia de construção de um ethos do fascismo. O dizer verdadeiro, as condições para o dizer verdadeiro são analisados a partir da perspectiva do filósofo Michel Foucault, o que possibilita tensionar o campo de lutas que circunscreve a ideia de verdade e como, na contemporaneidade, os critérios de veridicção estão sendo suspensos pelas narrativas que deslegitimam as instituições do dizer verdadeiro. O anti-intelectualismo, o ataque à educação e aos educadores, bem como à imprensa, são táticas que o fascismo utiliza para desconstruir a ideia de realidade e suspender os critérios de veridicção.
Palavras-chave: Educação, Fascismo, Verdade, Pós-verdade
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