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Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
O Observatório de Educação e Biopolítica (OEBIO) é uma iniciativa integrada ao Grupo de Pesquisa Identidade e Diferença na Educação e à Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Produção de Sujeitos, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS. O OEBIO reúne pesquisadores(as) interessados nos estudos pós-estruturalistas, especialmente nos estudos foucaultianos, e suas interseções com a Educação. O objetivo do blog é divulgar as pesquisas (dissertações e teses), publicações e ações do grupo, além de criar espaços para trocas, parcerias e diálogos com pesquisadores(as) de outras instituições.

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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Dissertações

 Título: Biopolítica da pandemia: discursos, produção de verdades e processos educativos durante a crise sanitária do coronavírus no Brasil

Autora: Fernanda dos Santos Iochims

Orientador: Mozart Linhares da Silva

Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado)), 2022. - Universidade de Santa Cruz do Sul, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

https://repositorio.unisc.br/jspui/handle/11624/3469


Resumo:


Esta pesquisa objetiva analisar, através das lentes de Michel Foucault, o contexto das pandemias na história, suas repercussões no modo de construção do sujeito e da sociedade e a produção de subjetividades a partir das conduções bio e necropolíticas da governamentalidade neoliberal, que constroem normativas, educam e subjetivam os indivíduos imersos em um cenário pandêmico que se reproduz na atualidade. A forma como o Estado conduz a pandemia no Brasil traz à tona as vidas consideradas perdíveis, matáveis, destrutíveis, que não merecem luto ou não são passíveis de sofrimento. É neste contexto em que se opera não mais a biopolítica, mas sim um modelo necropolítico da governamentalidade neoliberal, que produz os corpos que não importam lançando mão de um poder que atua sobre faixas etárias, sobre populações pobres, sobre cores, etnias, gêneros, sobre sexualidades. A globalização do neoliberalismo cria o ambiente ideal para que se estabeleça a bio e a necropolítica que atravessam as estruturas deste modelo que tem o capital, o lucro a todo custo em seu cerne. Pensar sobre bio e necropolítica, sobre as implicações do discurso e sobre os processos educativos e de subjetivação que nos constituem, é refletir também sobre o conjunto de práticas que promovem o genocídio de certos grupos que, através da lógica neoliberal e seus dispositivos de poder, ficam completamente vulneráveis à morte. A pesquisa nos amplia a compreensão sobre os arranjos necropolíticos da governamentalidade neoliberal, sobretudo no contexto de vulnerabilidade exacerbada em que se constitui a pandemia da Covid-19. É imprescindível que confiramos oposição à uma lógica que exclui, que vulnerabiliza, que oprime e que mata. Não podemos aceitar que o luto seja simplificado, que a morte seja naturalizada, que se torne aceitável. Urge uma questão ética, humana, para que seja sustentada resistência à roda de violência.

 

 

Título: Branquitude e Educação: um olhar sobre a constituição das subjetividades raciais no ambiente escolar

Autora: Luiza Franco Dias

Orientador: Mozart Linhares da Silva.

Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado)) - Universidade de Santa Cruz do Sul, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

https://repositorio.unisc.br/jspui/handle/11624/3133

 

Resumo:

Considerando os estudos sobre branquitude e educação, bem como as lentes foucaultianas em relação às práticas discursivas e à constituição do sujeito, a presente pesquisa se debruça sobre as relações raciais e sobre o racismo no ambiente escolar. A problemática da pesquisa consiste em analisar como os discursos em relação às questões raciais se configuram no ambiente escolar, a partir das narrativas de docentes e demais agentes implicados no ensino básico público da cidade de Santa Cruz do Sul/RS. As narrativas dos(as) professores(as) e agentes da educação carregam consigo premissas a serem analisadas para compreender quais verdades circulam em relação à ideia de "raça" e como as práticas discursivas sobre o racismo se constituem no campo da educação. O corpus discursivo da pesquisa é produzido por meio da técnica investigativa de grupos focais e da transcrição das falas dos sujeitos da pesquisa. A discussão analítica desse corpus se dá com base na Análise do Discurso (AD), de acordo com as lentes foucaultianas. O trabalho é estruturado com dois capítulos teóricos referentes às discussões, sendo o primeiro sobre "Branquitude e educação: problematizações", e o segundo sobre a "Dinâmica social do racismo e da branquitude no Brasil", os quais servem de aporte reflexivo para as discussões analíticas. Quanto ao capítulo ?Atravessamentos discursivos da branquitude?, é realizada a análise do corpus discursivo através da construção de nove subtópicos que contemplam as inquietações propostas nos objetivos da pesquisa, tratando respectivamente dos seguintes temas: (I) invisibilidade e negação do racismo; (II) discurso meritocrático e mito da democracia racial; (III) concepção de racismo reverso; (IV) racismo, educação e mercado de trabalho; (V) o papel da escola, do professor e da lei 10.639/2003 na educação antirracista; (VI) a importância da representatividade na escola e nos materiais didáticos; (VII) discussões em relação às cotas raciais; (VIII) mobilidade social e as fronteiras raciais em relação à espacialidade urbana, e, por último; (IX) as práticas discursivas sobre o racismo que circulam na escola enquanto reflexo da sociedade. Por fim, é proposto um capítulo teórico-reflexivo intitulado "Ethos Neoliberal, Educação e Devir", no qual são articulados os discursos meritocráticos que emergiram na pesquisa com o contexto neoliberal contemporâneo. Evidencio, para concluir, que os discursos da branquitude ratificam a construção de um sistema educacional fundado com base em um ideal de brancura, isto é, tendo a constituição da identidade branca enquanto norma, o que influencia diretamente os processos de subjetivação no ambiente escolar.

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