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Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
O Observatório de Educação e Biopolítica (OEBIO) é uma iniciativa integrada ao Grupo de Pesquisa Identidade e Diferença na Educação e à Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Produção de Sujeitos, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS. O OEBIO reúne pesquisadores(as) interessados nos estudos pós-estruturalistas, especialmente nos estudos foucaultianos, e suas interseções com a Educação. O objetivo do blog é divulgar as pesquisas (dissertações e teses), publicações e ações do grupo, além de criar espaços para trocas, parcerias e diálogos com pesquisadores(as) de outras instituições.

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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Artigos publicados

 Título: Uma leitura biopolítica de pinturas da História do Brasil

Autor: Manuel Alves de Sousa Junior

Revista de Humanidades, Tecnologia e Cultura - REHUTEC, Vol. 10 Nº 2, Dezembro de 2021

Acesse o periódico: https://8d6b9f8a-910d-4c0e-8e2d-f6c0ea7c677c.filesusr.com/ugd/c3ebcb_eac704399f3a4712ab52ee610980702a.pdf

 Resumo:

O artigo aborda uma análise de pinturas que representam diferentes momentos da história do Brasil sob uma perspectiva biopolítica foucaultiana. A história da arte refletiu e representou a sociedade de seu tempo a partir de uma leitura artística. Foram selecionadas quatro pinturas de momentos diferentes da história do Brasil e analisados a partir das lentes biopolíticas. Em algumas obras também foi possível o diálogo teórico com o conceito de necropolítica de Achille Mbembe. Elementos importantes do processo de construção nacional foram citados e discutidos a partir das obras de arte como sociedades indígenas, escravidão, eugenia, higiene, sanitarismo e república. A leitura biopolítica permitiu refletir sobre os grupos minoritários ou minoritarizados da sociedade brasileira atual.

Palavras-chave: Eugenia. Teorias raciais. Biopolítica. Necropolítica. História do Brasil.

 

Título: Educação eugênica sim, e daí? Condutas do governo brasileiro na pandemia sob perspectiva necrobiopolítica

Autor: Manuel Alves de Sousa Junior

Missóes - Revista de Ciências Humanas e Sociais, Vol. 7 Nº 3, fevereiro de 2022

Acesse o periódico: https://periodicos.unipampa.edu.br/index.php/Missoes/article/view/108734

 Resumo:

Este artigo apresenta um compilado de falas e ações eugênicas proferidas por integrantes do governo federal e analisadas com as lentes da biopolítica de Foucault e necropolítica de Mbembe. O Brasil figura com destaque internacional pelo péssimo desempenho ao longo da pandemia. Desde que a COVID-19 chegou ao país, o governo vem atuando com um negacionismo explícito de diversas formas: provocando aglomerações, disseminando fake news, condenando o uso de máscaras, estimulando a imunidade de rebanho e medicamentos sem comprovação cientifica. Muitas dessas medidas podem ser consideradas eugênicas visto que promovem a morte de uns em detrimento de outros, base da premissa eugenista de purificar uma raça de modo que alguns selecionados devem morrer para o bem e para a vida melhor de outros. Esse contexto está imerso na necro-biopolítica. As ações eugênicas não surpreendem, visto que o chefe do executivo federal sempre flertou com o nazismo e com práticas consideradas eugenistas como o controle da natalidade pela esterilização de pobres. No contexto pandêmico essas ideias ganham outra dimensão em um país que segue contando seus mortos aos milhares. Muitas mortes poderiam ter sido evitadas com uma condução mais efetiva e coordenada da gestão no combate ao vírus.

Palavras-chave: Eugenia. Darwinismo social. Biopolítica. Necropolítica. Pandemia da COVID-19.

 

Título: Uma neoeugenia no colapso da saúde do Brasil pandêmico em uma perspectiva biopolítica

Autor: Manuel Alves de Sousa Junior

Research, Society and Development, Vol. 11 Nº 2, fevereiro de 2022

Acesse o periódico: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26154/22836

 Resumo:

O objetivo deste trabalho foi trazer a reflexão sobre a presença de alguns sinais eugênicos estarem sendo aplicados involuntariamente, ao longo da pandemia, por médicos e por outros  profissionais  de  saúde  de  acordo  com  uma perspectiva  biopolítica.  A eugenia também pode ser definida como uma ciência ou método de seleção humana baseado principalmente em premissas biológicas e não relacionado com incompreensão religiosa ou com embates de um sistema de dominação político-econômica.  A pandemia da COVID-19 é situada no contexto nacional sob a perspectiva biopolítica e do racismo de estado, conhecidos como alguns dos conceitos foucaultianos. Os profissionais de saúde passaram por muitos desafios ao longo da crise sanitária, principalmente com relação às escolhas que foram obrigados a fazer, visto que em determinados momentos o sistema de saúde colapsou no país. Trazemos a reflexão se essa escolha dos profissionais de saúde poderia ser uma nova leitura da eugenia no contexto pandêmico.

Palavras-chave: Teorias raciais. Pandemia COVID-19. Biopolítica. Necropolítica. Eugenia.

 

Título: ‘Porque a gente era bom no que fazia': a romantização da escravidão ocidental no Big Brother Brasil 2022

Autor: Manuel Alves de Sousa Junior, Thamires da Costa Silva, Robson Batista Moraes

Kwanissa - Revista de Estudos Africanos e Afro-brasileiros, Vol. 05 Nº 12, junho de 2022

Acesse o periódico: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/18762/221

 Resumo:

Esta pesquisa traz reflexões provocadas a partir de um discurso da participante Natália Deodato, no programa Big Brother Brasil 2022, em que romantiza a escravidão. O regime escravista ocidental foi um processo violento que ocorreu na modernidade e, até hoje, possui reverberações na sociedade como os diversos tipos de racismos: estrutural, individual e institucional, dentre outros. Suas palavras foram analisadas com base na ciência e na historiografia, utilizando também  estudos  de  Michel  Foucault  e  Achille  Mbembe  como  lentes  teóricas. Entendemos que o relato da participante foi equivocado e que pode atuar em uma educação anacrônica dos espectadores e população brasileira, demonstrando a falta de letramento racial da participante. A escravidão deve ser rememorada como um momento histórico, cruel e violento, jamais ser romantizada. É essencial abordar a escravidão de forma crítica, para que discursos como a da participante Natália Deodato não se proliferem, pois contribuem para o fortalecimento mito da democracia racial e para o silenciamento dos desdobramentos da escravidão no Brasil.

Palavras-chave: Escravidão. Romantização da Escravidão. Racismo Estrutural. Mito da Democracia Racial. Produção de verdades.

 

Título: ‘A biologia como ciência responsável pelo racismo estrutural: aspectos históricos, científicos e político-filosóficos

Autor: Manuel Alves de Sousa Junior

Missões - Revista de Ciências Humanas e Sociais, Vol. 08 Nº 02, agosto de 2022

Acesse o periódico: https://periodicos.unipampa.edu.br/index.php/Missoes/article/view/111275/30568

 Resumo

O estudo  aborda  aspectos  importantes  sobre  como  a  biologia  foi  utilizada  para legitimar  o  racismo  estrutural  no  Brasil.  Foi  realizada  uma  pesquisa  sobre  como  as  Teorias Raciais do Século XIX e seus desdobramentos utilizaram os aspectos biológicos para justificar uma suposta superioridade de grupos humanos sobre outros, sobretudo de brancos sobre não brancos. Para um completo entendimento foi necessário também abordar no estudo os aspectos históricos,  como  a  escravidão,  conferência  de  Berlim,  colonialismo  e  imperialismo,  situação europeia  e  brasileira  em  fins  do  século  XIX  e  início  do  século  XX.  Os  mitos  da  democracia racial e do fardo do homem branco ajudam a entender a legitimação da superioridade branca. Como embasamento teórico, filosófico e político, o artigo traz a biopolítica foucaultiana (poder e o racismo de Estado) Giorgio Agamben (vida nua), Achille Mbembe (necropolítica) e Judith Butler (precariedade), que com seus conceitos ajudam a entender e refletir sobre o tema e suas reverberações para a atualidade do racismo brasileiro. Como reflexões finais, trazemos que a biologia, enquanto ciência, não pode ser culpada, no entanto, é inegável que foi utilizada por intelectuais  brasileiros  para  legitimação  da  superioridade  branca  e  ajudou  na  instituição  do racismo estrutural, individual e institucional no Brasil.

Palavras-chave: Racismo científico. Racismo estrutural. Teorias raciais. Biologia.

 

Título: Namíbia, não! Biopolítica, necropolítica e racismo de Estado em Medida Provisória

Autor: Manuel Alves de Sousa Junior

Revista Captura Críptica, Vol. 12 Nº 02, dezembro de 2023

Acesse o periódico: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/capturacriptica/article/view/6181/604

 Resumo:

Essa pesquisa buscou fazer uma análise do filme Medida Provisória com a realidade do país, tendo como foco as lentes teóricas da biopolítica e racismo de Estado de Michel Foucault e necropolítica de Achille Mbembe. Para a problematização, foi necessário assistir ao filme algumas vezes, inclusive, pausadamente, de modo que fosse possível fazer observações e anotações, que poderiam passar despercebidas. A distopia apresenta estreita relação com os três conceitos apresentados em diversas passagens e com a realidade brasileira, tanto ao longo da história  do  país  quanto  com  a  realidade  atual  que  ocorre  em  cada  esquina  do  Brasil.  O  branqueamento  da população, a eugenia, o darwinismo social, são alguns dos fenômenos históricos brasileiros que dialogam com a ficção.A partir das análises realizadas com suporte teórico, pode-se constatar que a biopolítica, a necropolítica e o racismo de Estado, mostram-se evidentes em diversos momentos no filme, do mesmo modo que é possível fazer correlações da distopia com as realidades presentes em cada canto do Brasil.

Palavras-chave: Biopolítica. Necropolítica. Racismo de Estado. Medida Provisória.

 

Título: Análise das relações raciais em um livro didático de biologia contemporâneo à sanção da lei 10.639/03

Autor: Manuel Alves de Sousa Junior

Semina - Revista dos Pós-Graduandos em História da UFF, Vol. 22 Nº 03, Novembro de 2023

Acesse o periódico: https://seer.upf.br/index.php/ph/article/view/15161/114117723

 Resumo:

O racismo estrutural está enraizado na sociedade brasileira, inclusive no livro didático de biologia. As leis n°. 10.639/2003 e n°. 11.645/2008 trouxeram ganhos importantes para a educação  das  relações  étnico-raciais.  O  Programa  Nacional  do  Livro  Didático  é  muito importante pois promove a universalização de seu acesso para estudantes de todo o país. Em alguns casos, são os únicos livros que os alunos terão em suas vidas. Esta pesquisa analisou um livro didático de biologia contemporâneo à sanção da lei 10.639/03 do ensino médio sobre as relações  étnico-raciais.  Foram  verificadas  um  total  de  575  imagens,  sendo  551  técnicas  e  24 representativas.  Essas  últimas  foram  analisadas  quanto  ao  seu  conteúdo  e,  na  análise,  foi confirmado o racismo estrutural. É necessário que o negro seja inserido nos livros para que a população brasileira seja representada nas obras, visto que 56% da população brasileira é negra. A sugestão é que essa pesquisa continue analisando livros mais recentes para fins comparativos.

Palavras-chave: Livro didático. Biologia. História e cultura afro-brasileira.

 

Título: A necropolítica na história do negro no Brasil: escravidão, pós-abolição e eugenia

Autor: Manuel Alves de Sousa Junior, Henrique Arthur Lopes

Missões - Revista de Ciências Humanas e Sociais, Vol. 9 Nº 01, Janeiro de 2024

Acesse o periódico: https://revistamissoeschs.com.br/missoes/article/view/84/210

 Resumo:

A  necropolítica  é  um  conceito  cunhado  pelo filósofo  camaronês  Achille  Mbembe  a  partir  de  um deslocamento da biopolítica foucaultiana para o genocídio colonial. O objetivo deste artigo é analisar de que forma a necropolítica atravessa e entrelaça as relações escravagistas, o povo negro no período pós abolição e a eugenia no  Brasil  nas  primeiras  décadas  do  século  XX.  A  metodologia  foi  descritiva  e  exploratória  com  levantamento bibliográfico e fontes históricas, com as lentes teóricas da biopolítica e necropolítica. O entendimento e a inserção de  conceitos  como  biopolítica  e  necropolítica  são  peça  chave  para  compreendermos  a  transição  ocorrida  na sociedade  com  o  pós-abolição  e  os  impactos  do  movimento  eugenista  e  suas  reverberações  na  sociedade.  A pesquisa  neste  campo  analítico  tem  sido  alvo  de  disputa política  nos  últimos  anos  no  Brasil,  já  que  o  contexto histórico  estudado  é  historicamente  recente  e  sua  repercussão  na  nossa  sociedade,  a  partir  de  elementos  como racismo, preconceito e desigualdade, ainda estão presentes e favorecem determinadas camadas da população.

Palavras-chave: Escravidão. Pós-abolição. Eugenia. Necropolítica. Biopolítica.

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