Minha foto
Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
O Observatório de Educação e Biopolítica (OEBIO) é uma iniciativa integrada ao Grupo de Pesquisa Identidade e Diferença na Educação e à Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Produção de Sujeitos, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS. O OEBIO reúne pesquisadores(as) interessados nos estudos pós-estruturalistas, especialmente nos estudos foucaultianos, e suas interseções com a Educação. O objetivo do blog é divulgar as pesquisas (dissertações e teses), publicações e ações do grupo, além de criar espaços para trocas, parcerias e diálogos com pesquisadores(as) de outras instituições.

Postagem em destaque

terça-feira, 28 de julho de 2020

Dissertação de Mestrado


Título: Raça, biopolítica e educação: dispositivos de in/exclusão
Autor: Camila Francisca da Rosa
Orientador: Mozart Linhares da Silva


Resumo: A presente pesquisa teve por objetivo problematizar os dispositivos de in/exclusão e de segurança enquanto modos de regulação dos sujeitos negros na construção das narrativas nacionais brasileiras, especialmente como estes são tensionados no campo educacional. A pesquisa foi orientada pelas teorizações foucaultianas, principalmente em torno do conceito de biopolítica, o poder que, para Foucault, emerge no século XIX para dar conta da coletividade, de detalhes que são próprios da vida da população, através de táticas dispositivas como é o caso da inclusão e da segurança. Desta forma, tomei, inicialmente, como eixo de análise dois contextos históricos em que a construção das narrativas nacionais exigiu uma série de estratégias de governamentobiopolítico sobre os sujeitos. No primeiro capítulo, quando do governo Vargas, a regulação dos sujeitos negros deu-se pela mestiçagem, em que o negro, transformado no mestiço (tanto física como culturalmente), é incluído na ideia de pertença à nacionalidade, mas, no entanto, excluído de sua negritude; já o dispositivo de segurança é condicionado à construção discursiva do mito da democracia racial, a ideia de inexistência do racismo por cor. O outro processo em que o imperativo da inclusão funciona de forma concomitante à exclusão ocorreu a partir dos anos 1980, quando a já cimentada democracia racial é colocada em estado de dubiedade, a partir de uma série de estudos estatísticos e do surgimento do Movimento Negro Unificado, que emerge propondo um discurso racialista e a retomada política da consciência negra, que impulsiona, somente nos governos FHC e Lula, as políticas públicas inclusivas como condições estratégicas de captura e de regimes de verdade em torno da nação, incluindo os sujeitos pelo discurso da diversidade ao mesmo tempo em que se excluem as diferenças e se garante a seguridade das relações. No terceiro capítulo, são analisados os Parâmetros Curriculares Nacionais, através do tema transversal Pluralidade Cultural, e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana para entender como o dispositivo da inclusão foi potencializado através do discurso da diversidade Mostro como ambos os documentos constituíram novas narrativas identitárias inclusivas e seguras em torno do negro na construção da nação, problematizando como a ideia da diversidade pode funcionar como modo de exclusão, principalmente no que se refere à concepção de identidades essencializadas.

Palavras-chave: Educação, Biopolítica,  In/exclusão, Raça, Narrativas identitárias.


Nenhum comentário:

Postar um comentário