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Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
O Observatório de Educação e Biopolítica (OEBIO) é uma iniciativa integrada ao Grupo de Pesquisa Identidade e Diferença na Educação e à Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Produção de Sujeitos, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS. O OEBIO reúne pesquisadores(as) interessados nos estudos pós-estruturalistas, especialmente nos estudos foucaultianos, e suas interseções com a Educação. O objetivo do blog é divulgar as pesquisas (dissertações e teses), publicações e ações do grupo, além de criar espaços para trocas, parcerias e diálogos com pesquisadores(as) de outras instituições.

Postagem em destaque

terça-feira, 2 de julho de 2024

Artigos publicados

 Título: Políticas raciais e o atravessamento do ethos neoliberal.

Autores: Mozart Linhares da Silva e Camila Francisca da Rosa

Revista MOSAICO (GOIÂNIA), v. 16, p. 50-64, 2023. Qualis (ISSN: 1983-7801).


https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/view/12822

 

Resumo

O presente artigo objetiva analisar, a partir da perspectiva da biopolítica, o par/ambiguidade empoderamento/coletividade e neoliberalismo/ homoeconomicos como tensionadores das relações raciais implicados nos processos de subjetivação e na constituição de políticas públicas, no caso em ênfase, a política de cotas raciais, que completa 10 anos em 2022 no Brasil. Problematiza-se, a partir do atravessamento de um ethos neoliberal, um sistema estratégico de ambiguidades que mobiliza práticas inclusivas no ethos neoliberal e práticas de resistência. A biopolítica como uma estratégia de governamento da população e dos conflitos raciais articula a partir das políticas públicas novos dispositivos de segurança não mais calcados na discursividade da democracia racial, mas que capturam os sujeitos atravessados pelo ordenamento da racialização e do discurso do empoderamento. Utilizamos como corpus analítico os enquadramentos midiáticos apresentados pela mídia sobre a Lei de Cotas, a partir do qual problematizamos o par/ambiguidade colocado acima.

Palavras-chave: biopolítica, políticas públicas, empoderamento, neoliberalismo, Lei de Cotas.

Título: . A escola e a produção de corpos abjetos: acoplamentos bio-necropolítico

Autores: Rita Quadros da Rosa; Betina Hillesheim e Mozart Linhares da Silva

Revista: Criar educação revista do programa de pós-graduação em educação UNESC, v. 12, p. 40-56, 2023. Qualis (ISSN: 2317-2452).

https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/criaredu/article/view/7596

Resumo

Este texto propõe refletir sobre as relações que se estabelecem entre a escola e os corpos LGBT. Articulando operadores conceituais trabalhados por Michel Foucault, Achille Mbembe e Judith Butler, mais especificamente, os conceitos de biopolítica, necropolítica, abjeção e corpos passíveis de luto, abordaremos o modo como a cis-heteronormatividade circulante no ambiente escolar produz os corpos cis-heterossexuais de forma compulsória e em oposição aos corpos compreendidos como abjetos. Na esteira das discussões sobre necropolítica, argumentaremos que a zona de abjeção na qual são posicionados os corpos que desafiam a cis-heteronormatividade é o elemento que possibilita as políticas de morte contra a população LGBT, sem que a perda de suas vidas gere luto ou comoção.

 


Título: O Devir Racial em Anjo Negro

Autores: Antônio Lopes Filho; Eduardo Steindorf Saraiva e Mozart Linhares da Silva

Revista: Subjetividades, v. 22, p. e12584-13, 2022. Qualis (ISSN: 2359-0777)


https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/12584

 

Resumo

Inspirada em Medeia, tragédia de Eurípedes, Anjo Negro – peça escrita por Nelson Rodrigues em 1946 – conta a trajetória de um casal inter-racial que se põe a velar seu terceiro filho assassinado. Ele, homem negro, médico. Ela, mulher branca, aprisionada pelo marido entre os muros da mansão do casal. Através da escrita dramatúrgica de Rodrigues, buscamos refletir o dispositivo da racialidade e da resistência na produção artística, bem como a produção de subjetividade no país da mítica democracia racial. Quando faltam palavras para pôr em pauta o sofrimento gerado no processo de racialização do sujeito negro, em oposição à branquitude tomada enquanto norma e identidade não racializada, a arte oferece o transbordamento, o movimento e a resistência. Arriscamo-nos em uma análise ensaística, compreendendo a autoria enquanto uma multiplicidade: quem escreve, escreve com muitos, com um período histórico e seus empreendimentos. Assim também lemos Anjo Negro, em busca da compreensão do que a obra comunicou quando produzida e o que hoje representa.

Palavras-chave: racialidade, identidade, branquitude, resistência, subjetivação.

 

Título: Educação e inclusão no contexto do neoliberalismo conservador no Brasil

Autore: Mozart Linhares da Silva

Revista: REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA & CIÊNCIAS SOCIAIS, v. 13, p. 149-166, 2022. (ISSN: 2175-3423)

https://periodicos.furg.br/rbhcs/article/view/13530

Resumo

O artigo problematiza, a partir da perspectiva da governamentalidade de Michel Foucault, as relações entre o neoliberalismo, inclusão e exclusão, considerando duas configurações do neoliberalismo, o democrático e o conservador. Mostra como o imperativo da inclusão se constituiu numa estratégia de governamentalidade, sobretudo entre o período democrático, inaugurado pela Constituição de 1988 até o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e como, com a ascensão da extrema-direita, com a eleição de Jair Bolsonaro, esse imperativo perde sua força interpretativa nas análises do neoliberalismo. O artigo está dividido em três partes, além da introdução. Na primeira parte, analisa-se como o imperativo da inclusão agenciou as narrativas neoliberais sobre o capital humano e a educação. Na segunda, problematiza o esgotamento do imperativo da inclusão com a emergência do neoliberalismo de feição conservadora. Por fim, na terceira, ou considerações finais, aponta para a necessidade de problematizações sobre as relações entre neoliberalismo, conservadorismo e fascismo como pano de fundo das discussões sobre educação, in/exclusão e precarização. 

Palavras-chave: Educação, inclusão, exclusão, neoliberalismo, governamentalidade

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