Título: Políticas raciais e o atravessamento do ethos neoliberal.
Autores: Mozart
Linhares da Silva e Camila Francisca da Rosa
Revista MOSAICO (GOIÂNIA), v. 16, p. 50-64,
2023. Qualis (ISSN: 1983-7801).
https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/view/12822
Resumo
O presente artigo objetiva analisar, a partir da
perspectiva da biopolítica, o par/ambiguidade empoderamento/coletividade e
neoliberalismo/ homoeconomicos como tensionadores das relações raciais
implicados nos processos de subjetivação e na constituição de políticas
públicas, no caso em ênfase, a política de cotas raciais, que completa 10 anos
em 2022 no Brasil. Problematiza-se, a partir do atravessamento de um ethos
neoliberal, um sistema estratégico de ambiguidades que mobiliza práticas
inclusivas no ethos neoliberal e práticas de resistência. A biopolítica como
uma estratégia de governamento da população e dos conflitos raciais articula a
partir das políticas públicas novos dispositivos de segurança não mais calcados
na discursividade da democracia racial, mas que capturam os sujeitos
atravessados pelo ordenamento da racialização e do discurso do empoderamento.
Utilizamos como corpus analítico os enquadramentos midiáticos apresentados pela
mídia sobre a Lei de Cotas, a partir do qual problematizamos o par/ambiguidade
colocado acima.
Palavras-chave: biopolítica,
políticas públicas, empoderamento, neoliberalismo, Lei de Cotas.
Título: . A escola e a produção de corpos abjetos:
acoplamentos bio-necropolítico
Autores: Rita Quadros da Rosa; Betina
Hillesheim e Mozart Linhares da Silva
Revista: Criar educação revista do programa de
pós-graduação em educação UNESC, v. 12, p. 40-56, 2023. Qualis (ISSN:
2317-2452).
https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/criaredu/article/view/7596
Resumo
Este texto propõe refletir sobre as relações que se
estabelecem entre a escola e os corpos LGBT. Articulando operadores conceituais
trabalhados por Michel Foucault, Achille Mbembe e Judith Butler, mais
especificamente, os conceitos de biopolítica, necropolítica, abjeção e corpos
passíveis de luto, abordaremos o modo como a cis-heteronormatividade circulante
no ambiente escolar produz os corpos cis-heterossexuais de forma compulsória e
em oposição aos corpos compreendidos como abjetos. Na esteira das discussões
sobre necropolítica, argumentaremos que a zona de abjeção na qual são
posicionados os corpos que desafiam a cis-heteronormatividade é o elemento que
possibilita as políticas de morte contra a população LGBT, sem que a perda de
suas vidas gere luto ou comoção.
Título: O Devir Racial em Anjo Negro
Autores: Antônio Lopes Filho;
Eduardo Steindorf Saraiva e Mozart Linhares da Silva
Revista: Subjetividades, v. 22, p. e12584-13, 2022. Qualis
(ISSN: 2359-0777)
https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/12584
Resumo
Inspirada
em Medeia, tragédia de Eurípedes, Anjo Negro – peça escrita por Nelson
Rodrigues em 1946 – conta a trajetória de um casal inter-racial que se põe a
velar seu terceiro filho assassinado. Ele, homem negro, médico. Ela, mulher
branca, aprisionada pelo marido entre os muros da mansão do casal. Através da
escrita dramatúrgica de Rodrigues, buscamos refletir o dispositivo da
racialidade e da resistência na produção artística, bem como a produção de
subjetividade no país da mítica democracia racial. Quando faltam palavras para
pôr em pauta o sofrimento gerado no processo de racialização do sujeito negro,
em oposição à branquitude tomada enquanto norma e identidade não racializada, a
arte oferece o transbordamento, o movimento e a resistência. Arriscamo-nos em
uma análise ensaística, compreendendo a autoria enquanto uma multiplicidade:
quem escreve, escreve com muitos, com um período histórico e seus
empreendimentos. Assim também lemos Anjo Negro, em busca da compreensão do que
a obra comunicou quando produzida e o que hoje representa.
Palavras-chave: racialidade,
identidade, branquitude, resistência, subjetivação.
Título: Educação e inclusão no contexto do neoliberalismo conservador no
Brasil
Autore: Mozart Linhares da Silva
Revista:
REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA & CIÊNCIAS SOCIAIS, v. 13, p. 149-166, 2022. (ISSN:
2175-3423)
https://periodicos.furg.br/rbhcs/article/view/13530
Resumo
O artigo
problematiza, a partir da perspectiva da governamentalidade de Michel Foucault,
as relações entre o neoliberalismo, inclusão e exclusão, considerando duas
configurações do neoliberalismo, o democrático e o conservador. Mostra como o
imperativo da inclusão se constituiu numa estratégia de governamentalidade,
sobretudo entre o período democrático, inaugurado pela Constituição de 1988 até
o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e como, com a ascensão da
extrema-direita, com a eleição de Jair Bolsonaro, esse imperativo perde sua
força interpretativa nas análises do neoliberalismo. O artigo está dividido em
três partes, além da introdução. Na primeira parte, analisa-se como o
imperativo da inclusão agenciou as narrativas neoliberais sobre o capital humano
e a educação. Na segunda, problematiza o esgotamento do imperativo da inclusão
com a emergência do neoliberalismo de feição conservadora. Por fim, na
terceira, ou considerações finais, aponta para a necessidade de
problematizações sobre as relações entre neoliberalismo, conservadorismo e
fascismo como pano de fundo das discussões sobre educação, in/exclusão e
precarização.
Palavras-chave: Educação,
inclusão, exclusão, neoliberalismo, governamentalidade
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